Cristo perturbaria o sistema político!!!

Por Benedito B DOmingos
Membro da Conferência Sagrada Família
POços de Caldas-MG

Cristo era consciente da miséria social do homem e da ansiedade que estava na base da sua sobrevivência. Ele até mesmo queria aliviar essa carga de ansiedade e tensão que o homem carrega em sua trajetória de vida (Mt6:25-34). Embora tivesse plena consciência da angústia social e do autoritarismo político que as pessoas viviam em sua época, ele detectava uma miséria mais profunda do que a sociopolítica, que estava no íntimo do ser humano e que era a fonte de todas as outras misérias e injustiças.

Ele atuava pouco nos sintomas; seu desejo era atacar as causas fundamentais dos problemas psicossociais do homem. Por isso, ao estudar o seu propósito mais ardente, compreenderemos que sua revolução não era política, mas íntima.

Cristo expressava que somente por meio de uma revolução insidiosa e íntima o homem poderia vencer a paranóia do materialismo não inteligente e do individualismo e desenvolver os sentimentos mais alstruistas da inteligência, como a solidariedade, cooperação social, e preocupação com a dor do ooutro, o prazer contemplativo, o amor como fundamento das relações sociais. Jeruzalém era a capital cultural e religiosa de Israel. Lá, os escribas e fariseus, que eram os líderes políticos e os intelectuais da época, amavam, como alguns políticos de hoje, os primeiros lugares nos banquetes, o status, o brilho social. Cristo sabia que em Jerusalém esses líderes jamais aceitariam essa revolução interior, jamais aceitariam essa mudança na natureza humana, essa transformação no pensamento e na maneira de ver o mundo. De fato, sua proposta, ao mesmo tempo bela e atraente, era ousadíssima.

Cristo abalaria qualquer governo em qualquer época em que vivesse. Seu desejo de libertar o homem dentro de si mesmo e sua revolução interior não seriam compreendidos por qualquer sistema político.